segunda-feira, 26 de abril de 2010

Desassossego do Poeta



Eu queria compreender-te a alma, poeta!


Conhecer a tua desmedida ânsia de amar
Vislumbrar o mundo onde habita
A tua alma inquieta...
Imaginei que pudesse humanizar o divino
Que existe em tua veia pulsante
Trazer-te para o chão um só instante
P'ra escutar de perto
A cítara que vibra em teu coração...
Sondar-te os arcanos insondáveis
No sagrado momento
Em que recolhes do cotidiano
Doces rastros de sorrisos e lágrimas
Retalhos anônimos de faces sem nomes
P'ra compor teus poemas-canções...
Parece-me captar as ondas
Das emoções que carregas em segredo
Misto de prazer e medo
Sob o véu do teu aconchego
Escravo e senhor. Dominado e dominador
Onde recuperas pedaços de amores antigos
Assim, é poeta, o teu mundo em desassossego
Poesia destravada de incoerência e paixão
Labareda esquiva atirada a esmo
Capaz de incendiar livre
O mundo de fora
Tão cheia de ti mesmo

Maria Lucia

Outro Recomeço







Quanto tentei esquecer

O vento cortante daquela tarde fria!

Impiedoso, rasgava a carne

Penetrando intrusivo por todo o meu ser

P'ra preencher lacunas

Deixadas por alguém certo dia...

Quanto lutei pra olvidar

As palavras vazias

Sem sentido, tão soezes

Na hora do adeus

Por mais ingente o meu tentar esquecer

Já tentado , tantas vezes!

Final de tarde, cinzenta. Fim de caso.

Anoitecia!

Bulcões nos céus anunciavam

A tormenta.

Chuva fina misturava-se às lágrimas

Que dos olhos não cessavam

Por não caberem nas palavras

Sentimentos tão diversos

Calei-me...

Um silêncio com excesso de sentidos

Pois, no espaço onde abundava amor

Cabia também a dor...


Retorna hoje aquele alguém

Trazendo na face envelhecida

Cansaço e desapontamento

Finjo que não noto nele o sofrimento

Não penso mais naqueles dias

Frios e cinzentos

O calor que me envolve

O corpo e a alma

Dá-me a sensação de paz e calma

É o antigo amor que surge redivivo

Tremor de adormecido sentimento

Abala minhas estruturas novamente

Desejo, então, a qualquer preço

Com esse alguém

Um outro recomeço...

Maria Lucia

sábado, 23 de janeiro de 2010

VERMELHO











Apaixonante. Vitalizante
Sangue nas veias a todo instante
Libera adrenalina e ilumina
Frente ao espelho o que me fascina é o tom
O vivo vermelho do meu batom

Nas garras vermelhas é o esmalte

Que inspira jovialidade

O Planeta Marte

Grande alegria me faz beldade

É o vermelho, cor que atiça minha sexualidade


Olhos cerrados

Visualizo em meu ser

Um raio vermelho em mim despejado
Realizo uma nova imagem
De vida nova. Força e coragem.

Paixão e amor
Em tudo que hei de viver!

Maria Lucia (Lu...)

quinta-feira, 26 de março de 2009

OUTONO EM MIM

As folhas caem...
O Outono chegou!
Através da janela olho o campo em languidez
O Ipê, antes flor em festa, se mostra pra Natureza
Em todo o esplendor de sua nudez.
A ensinar em constante lida e parece pedir que eu exponha também a alma
e revele anseios de toda a minha vida
Me ponho , então, a sismar
De olhos úmidos a recordar,
As estações dos anos em que me vesti
da alegria juvenil da Primavera em flor...
Do Verão, a juventude em grande ardor...
Um tempo que já passou...
A brisa outonal entrando pelas frestas do meu ser
banha-me o recôndito e ilumina antigos desejos
E sussurrante me diz:
-- Estás em plena maturidade do teu sentir,
É teu tempo de ser feliz!
Somada às outras vivências em duras penas,
Benção de minha experiência,
Vem o Outono caindo em mim, e novamente me diz:
- É hoje o teu tempo...
- O teu tempo de ser feliz!

Maria Lucia (Lú...)

domingo, 22 de junho de 2008

AMIGO É JARDINEIRO

Um amigo é semelhante a um jardineiro...

Ele cerca o terreno


aduba-o carinhosamente

Abre o bendito seio da terra com desvelado amor

Acalenta sublime esperança no coração

E espera confiante da sementinha
Uma planta doadora

De bela e perfumada flor!
Diariamente , com zelo de pai para filho

Deixa cair na terra leito da sementeos respingos de água Gotas do seu afeto permanente.
Quando o Sol parece queimar a terra,

Ele volta aos seus cuidados pra semente em germinação

Outras gotas ali respinga diretamenteda fonte bendita do seu coração.
Ele a protege do sol causticante e da chuva em demasia.

Seus cuidados se desdobram até que então,
Com raízes fincadas no chãoa planta,

viçosa robusta, altaneira numa festa ao jardineiro,

mostra-lhe belíssima flor que lhe oferece em gratidão!
Amizade é assim
uma linda flor

- Muito viva e explendorosa
Enriquece a nossa vida

Que é nesse mundo um vasto canteiro,

De afeto, confiança e cuidados
De um amigo jardineiro!

Maria Lucia(Lú...)